OPERAÇÃO MIQUEIAS: PF investiga Luiz Carlos Attié por desvio de 6 milhões do Funcristal

Polícia Federal investiga gestão previdenciária de Luiz Carlos Attié. Prefeito de Cristalina desafia a PF. MP apura desvio de R$ 6 mi da previdência de 1,3 mil servidores.O rombo atinge o fundo de pensão dos servidores municipais de Cristalina (GO)



O prefeito de Cristalina, Luiz Carlos Attié (PSD), está no olho do furacão. A Operação Mi­queias, da Polícia Federal, investiga a participação de uma prima do pessedista, Rosimaire Attié, gestora do Funcristal — fundo de previdência da Pre­feitura de Cristalina —, e de José Carlos Andrade, integrante do comitê financeiro, num suposto esquema de desvio de dinheiro público. Diz o relatório da PF: “As cotas da Adinvest Top Fi RF adquiridas por R$ 6.000.000,00 em maio de 2012 pelo Funcristal valiam, em junho de 2013, apenas R$ 4.968.198,32, segundo informação disponibilizada pela CVM, configurando um prejuízo patrimonial de R$ 1.031.801,68”.

Segundo a Polícia Federal, “as duas aplicações no fundo Elo Fi Renda Fixa feitas em julho e setembro de 2012 que totalizavam R$ 2.682.000,50 valiam apenas R$ 1.954.068,35, totalizando uma perda de R$ 727.932,15. Além disso, ainda foram contabilizados prejuízos em razão dos pedidos de resgate feitos aos administradores dos aludidos fundos, ante a cobrança implícita de uma taxa de carência sobre o valor a ser reembolsado. É importante salientar que durante todo o período que foram realizadas tais aplicações, a empresa de consultoria financeira que assessorava o Funcristal era a Performance Consultoria, que tinha como responsável ninguém menos do que a ‘pastinha’ Fernanda Cardoso, membro da organização criminosa investigada. Ademais, todas as aplicações efetuadas foram autorizadas por Rosimaire Attié e José Carlos de Andrade, respectivamente gestora do Funcristal e membro do Comitê financeiro”.

Na semana passada, segundo um aliado, Luiz Carlos Attié teria dito que não teme a Polícia Federal. Ele estaria desafiando a PF a investigar e revirar sua vida de ponta-cabeça. A suposta arrogância do prefeito tem a ver com o fato de pertencer à base da presidente Dilma Rousseff. O pessedista estaria se sentindo protegido. Mas tentar humilhar policiais, sejam federais ou não, nunca foi uma política inteligente.

Promotoria propôs uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra dois secretários municipais e um servidor público. Prefeito também foi citado na denúncia por receber dinheiro de uma empresa de consultoria que prestava serviços ao fundo

Mais de R$ 6 milhões teriam sido desviados do Regime Próprio de Previdência e Assistência Social dos Servidores Públicos Municipais de Cristalina (Funcristal), no Entorno do Distrito Federal. Cerca de 1,3 mil servidores da cidade, a 115km de Brasília, foram afetados pela fraude. A denúncia é do Ministério Público de Goiás (MPGO). O órgão propôs uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra dois secretários municipais e um servidor público, em função do prejuízo... Foto: Breno Fortes/CB/D.A Press

O MPGO pede, liminarmente, a indisponibilidade de bens e de afastamento de cargo público dos suspeitos. As irregularidades na administração do fundo previdenciário aconteceram de janeiro de 2011 a dezembro de 2013, de acordo com a denúncia.

O Ministério Público aponta como responsáveis pelo crime a atual secretária de Assistência e Promoção Social de Cristalina, Rosimaire Attiê, ex-gestora do Funcristal, o secretário de Finanças e tesoureiro do fundo, José Carlos Andrade, e o presidente do conselho da entidade, Luciano Rogério Fernandes.

As investigações mostram que os recursos do Funcristal foram aplicados em operações que tinham baixo rendimento, contrariando as regras do Conselho Monetário Nacional. Além disso, o MP afirma que foram repassados R$ 100 mil do fundo à prefeitura, o que é proibido.

Se os denunciados forem condenados pela Justiça, podem pagar multa, ter os direitos políticos suspensos por até cinco anos e ainda devolver os dinheiro desviado aos cofres públicos.

O prefeito de Cristalina, Luiz Carlos Attie (PSD), ele também foi citado no documento por receber dinheiro de uma empresa de consultoria que prestava serviços ao Funcristal. No documento, o órgão afirma que servidores denunciaram que a companhia, que tinha a função de indicar aplicações de maior rentabilidade, pagou R$ 140 mil ao administrador municipal como comissão pelo contrato. A promotoria ainda investiga esse caso.


Fonte: Redação.
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