Ameaças de greve surgem, mas diálogo com o Governo deve continuar
A reunião desta quarta-feira (22) entre Governo Federal e representantes do setor de transporte rodoviário de cargas terminou sem a aprovação da tabela mínima de frete impositivo, principal demanda dos caminhoneiros.
A verdade é que essa decisão já era de se esperar. O presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), José da Fonseca, enfatizou em diversas reuniões do setor que a tabela mínima de frete não seria aprovada.“Diante do discurso feito repetidamente pelos representantes do governo e da avaliação de especialistas no que tange a inviabilidade de criar um frete mínimo para todo o país, a declaração de hoje apenas confirma a avaliação que eu havia feito desde o começo”, comenta o presidente.
A reunião, que durou apenas uma hora e meia, terminou com ameaças de paralizações nas estradas de todo o país, o que para a Abcam, não é o melhor caminho. “De nada vai adiantar fazer greve pois continuaremos sem a aprovação desta tabela, além do risco do caminhoneiro ser multado ou se envolver em algum ato violento”, explica Fonseca.
A Abcam sugere que aqueles que desejarem realizar algum tipo de protesto, que fiquem em casa, e deixem de rodar. Mas reforça que o ideal, neste momento, é que se mantenha o diálogo com todos os órgãos do governo, para que assim, seja possível articular novas propostas de interesse do setor. Podemos pedir agora, que o Governo se esforce para reduzir o preço do óleo diesel ou retirar os impostos embutidos nele.
Vale lembrar que a Lei dos Caminhoneiros foi um grande passo dado, sendo possível agora a isenção de pedágio por eixo suspenso, a conversão em advertência das infrações por excesso de peso nos dois últimos anos, a regulamentação da jornada de trabalho, dentre vários outros pontos constantes na nova Lei.
“É importante lembrar que o caminhoneiro é mais forte quando se une aos seus colegas da classe, quando se unem ao seu sindicado, associação e federação. Quando todos lutam, por um mesmo objetivo, o seu poder de barganha é muito maior”, finaliza Fonseca.