
Projeção de expansão da economia ficou em 1,52%
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de        Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial        do país – teve variação, passando de 3,91% para 3,9% este ano. A        estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (2), pesquisa        divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa        de instituições financeiras para os principais indicadores        econômicos. 
      Para 2025 e 2026, a projeção da inflação permaneceu em 3,5%,        nos dois anos.
      A estimativa para 2024 está acima do centro da meta de inflação        que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário        Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com intervalo de        tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou        seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
      Para 2025 e 2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com        intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
      O Focus continua trazendo as previsões para 2023, já que os        números ainda estão sendo consolidados. Para o mercado financeiro,        a inflação do ano passado deve ficar em 4,46%. Os dados de 2023        serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e        Estatística (IBGE) no próximo dia 11.
      Em novembro de 2023, o aumento de preços dos alimentos        pressionou o resultado da inflação. O IPCA ficou em 0,28%, segundo        o IBGE. O percentual foi maior que a taxa de setembro, que teve        alta de 0,24%.
      A inflação acumulada em 2023 atingiu 4,04%. Nos últimos 12        meses, o índice consolidado está em 4,68%.
      A meta definida pelo CMN para 2023 é de 3,25%, também com        tolerância de 1,5 ponto percentual. Segundo o BC, no último        Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o teto        da meta em 2023 é 17%.
      Juros básicos
      Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como        principal instrumento a taxa básica de juros - a Selic - definida        em 11,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Após        sucessivas quedas no fim do primeiro semestre de 2023, a inflação        voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era        esperada por economistas.
      O comportamento dos preços fez o BC cortar os juros quatro        vezes no semestre passado, em todas as reuniões do Copom. Em        comunicado, o colegiado informou que continuará a promover novos        cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões, mas não detalhou quando        vai parar de reduzir a taxa Selic. Segundo o BC, o momento        dependerá do comportamento da inflação no primeiro semestre de        2024.
      Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9% ao        ano. A primeira reunião do Copom neste ano ocorre em 30 e 31 de        janeiro. Para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em        8,5% ao ano, nos dois anos.
      De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por        12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou        em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis.        Por um ano, até agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao        ano.
      Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida        para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em        1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de        covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a        produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de        agosto de 2020 a março de 2021. 
      Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é        conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque        os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.        Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de        definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de        inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas        mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
      Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito        fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo,        reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade        econômica. 
      PIB e câmbio
      A projeção das instituições financeiras para o crescimento da        economia brasileira neste ano permaneceu em 1,52%.  Para 2025, a        expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos        os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 2%.        Para 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB também de        2%.
      Superando as projeções, no terceiro trimestre do ano passado a        economia brasileira cresceu 0,1%, na comparação com o segundo        trimestre de 2023, de acordo com o IBGE. Entre janeiro e setembro,        a alta acumulada foi de 3,2%.
      Com o resultado, o PIB está novamente no maior patamar da série        histórica, ficando 7,2% acima do nível de antes da pandemia,        registrado nos três últimos meses de 2019.
      O mercado estima que o PIB de 2023 fique em 2,92%. O resultado        do quarto trimestre, com o consolidado do ano, será divulgado pelo        IBGE em 1º de março.
      A previsão de cotação do dólar está em R$ 5 para o fim deste        ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda americana fique em        R$ 5,03.
    


