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| Equipes do Provid acompanham mulheres em situação de vulnerabilidade para a prevenção de violência doméstica | Foto: Vinícius de Melo/SMDF | 
Programa da Polícia Militar acompanha de perto vítimas de agressões no DF. Veja como funciona um dos principais programas de proteção do Distrito Federal
Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger
      O Policiamento de Prevenção Orientada à Violência Doméstica          (Provid) é um programa da Polícia Militar do Distrito Federal          (PMDF) com o foco de ajudar a prevenir, inibir e interromper o          ciclo de violência, além de realizar o trabalho de          conscientização para apoiar e encorajar as vítimas de violência          doméstica na construção de fatores de proteção e redução dos          fatores de risco.
        O Provid foi instituído formalmente pela Lei Distrital nº          6.872, de 24 de junho de 2021. Todas as regiões administrativas          do DF são atendidas pela iniciativa e cada batalhão da PMDF          possui pelo menos uma ou duas equipes direcionadas ao programa.
        Entre janeiro e novembro de 2023, os policiais realizaram          22.474 visitas para mulheres em situação de vulnerabilidade. As          ações fazem parte de um acompanhamento individualizado feito          pela PMDF, que monitora as vítimas e os ofensores.
        "As visitas das equipes do Provid às casas de mulheres em          vulnerabilidade são extremamente importantes para a          conscientização dos homens como forma de reduzir as incidências          desses crimes. A discussão e a reflexão desse tema se faz cada          vez mais necessária para que toda a sociedade se envolva na          prevenção e no combate à violência doméstica. As equipes estão          treinadas e preparadas para oferecer esperança e apoio a          mulheres em situação de violência, defendendo os direitos delas          e trabalhando para garantir a segurança", destaca Giselle          Ferreira, à frente da Secretaria da Mulher.
        Como funciona
        A PMDF acompanha a vítima e, caso haja necessidade, faz os          encaminhamentos para as áreas judiciária ou de assistência          social. De acordo com o soldado Marcelo Carneiro Pereira, da          equipe do 25º batalhão do Provid, as equipes ficam em constante          patrulha para que a vítima não sofra novas violências.
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| Para acionar o Provid, basta ir até o batalhão da PMDF mais próximo ou entrar em contato pelo telefone 190 | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília | 
"Verificamos se há a necessidade de acompanhamento ou reforço          policial e vamos até a vítima, seja em casa ou no trabalho. Todo          acionamento que há a possibilidade de violência doméstica, a          gente já entra em contato", explica o militar.
        Após determinações judiciais ou medidas protetivas, por          exemplo, as equipes entram em ação, fazendo contato com a          vítima. As visitas ocorrem algumas vezes por mês com a mesma          família, normalmente em uma ordem cronológica. Os policiais          realizam diversos atendimentos diferentes por dia nas RAs, todos          os dias.
        Para acionar o programa, basta ir ao batalhão da PMDF mais          próximo, onde há equipes do Provid prontas para o acolhimento.          Outro meio é o canal de emergência da PMDF, que funciona pelo          telefone 190.
        A corporação também possui um centro de coordenação          relacionado ao Provid, o Centro de Políticas de Segurança          Pública da PMDF, que pode ser acionado pelo telefone 61          99969-3071.
        Treinamento especializado
        Para que continuem atuando no Policiamento de Prevenção          Orientada à Violência Doméstica, há um constante aprimoramento          dos policiais, com um curso de treinamento com carga horária de          direitos humanos, direito das mulheres, assistência à mulher em          situação de violência doméstica, entre outros temas, gerando          profissionais capacitados e atualizados para esse tipo de          violência.
        Carneiro reforça que o Provid é uma das principais formas de          integração da rede de apoio à violência doméstica, pois no          momento que a vítima entra em contato com o serviço, ela tem          acesso a todo esse amparo público, seja jurídico, seja          psicológico.
        "É uma forma de política pública importante. Muitas vezes a          vítima não conhece o programa, tem medo ou vê a polícia como          repressiva e acaba não manifestando interesse de quebrar o ciclo          de violência com ajuda do programa. Então, é importante criar          esse laço com a sociedade e divulgar mais esse serviço de          apoio", acrescenta o soldado.
        Canais e programas de atendimento à mulher
        O telefone 180 é o canal geral de atendimento às mulheres          vítimas de violência, também utilizado para denúncia por          terceiros. Atos de violência em andamento e urgentes são casos          de polícia (PMDF), que deve ser acionada pelo 190. Para          denúncias anônimas, o canal da Polícia Civil (PCDF) pode ser          ativado pelo 197.
        Já atendimentos jurídicos para saber direitos, como guarda de          filhos e outras questões, é disponibilizado o número 129, da          Defensoria Pública, ramal 2. Além desses canais também há o site          da Secretaria da Mulher e a rede social da pasta.
        O programa Direito Delas também oferece gratuitamente          atendimento social, psicológico e jurídico às vítimas diretas de          violência e seus familiares. Os serviços são ofertados por uma          equipe técnica multiprofissional, formada por assistentes          sociais, psicólogos, servidores especialistas em direito e          legislação e profissionais da área administrativa.
        Os Centros Especializados de Atendimento à Mulher (Ceams)          também atendem as mulheres, sendo oito espalhados pelo DF, com          funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. A Casa da          Mulher Brasileira também é um espaço de acolhimento que funciona          24 horas, com foco na autonomia econômica e na capacitação da          mulher.
      

