
Segundo Pacheco, existem fontes de recursos para compensar medida
Por Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil
      O Senado recorrerá da decisão do ministro do Supremo Tribunal        Federal (STF) Cristiano Zanin que suspendeu a desoneração da folha        de pagamento de 17 setores da economia e a redução da contribuição        à Previdência por pequenos municípios. Segundo o presidente da        Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), existem fontes de recursos para        compensar o impacto das medidas.
      A medida foi anunciada após reunião de Pacheco com a        Consultoria Jurídica do Senado. Pacheco classificou de        "catastrófica" a decisão da Advocacia-Geral da União (AGU) de        recorrer ao STF.
      "[O recurso da AGU] surpreendeu a todos, especialmente pelo        momento que nós estamos vivendo de discussão e busca por        alinhamento entre o governo federal e o Congresso Nacional",        declarou Pacheco.
      Segundo o presidente do Senado, diversas medidas aprovadas pelo        Congresso no ano passado para elevar a arrecadação deram recursos        para bancar as desonerações para as 17 atividades econômicas e os        pequenos municípios. No ano passado, o Parlamento aprovou a        taxação de offshores (empresas de investimentos no exterior), a        limitação das ajudas financeiras dos estados a grandes empresas e        o retorno do voto de desempate do governo no Conselho        Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
      "O que gerou perplexidade e muita insatisfação ao Congresso        Nacional foi o comportamento do governo federal. Por que        precipitar uma ação dessa natureza, que acaba fomentando o        fenômeno que nós queremos evitar no Brasil, que é a judicialização        política, quando nós estamos discutindo justamente nesta semana        adiamento de sessão do Congresso Nacional?", acrescentou Pacheco.
      Na noite desta quinta-feira (26), o ministro Cristiano Zanin,        relator da ação da AGU, concedeu liminar suspendendo as duas        desonerações, sob o argumento de que o Congresso aprovou o projeto        no ano passado sem a estimativa de impacto das contas públicas. O        caso foi remetido ao plenário virtual do STF e, até o início desta        tarde quatro ministros tinham votado a favor de manter a        suspensão.
      Ao anunciar o recurso do Senado, Pacheco concentrou as críticas        ao governo federal, principalmente à AGU. Ele se disse pronto a        respeitar as decisões do Judiciário. "Decisões judiciais, não nos        cabe fazer qualquer tipo de ataque. Por mais que a gente discorde,        a gente respeita. É muito importante que a gente retome a lógica        de respeito a decisões judiciais no Brasil. O que nos surpreendeu        foi a decisão do governo federal [de recorrer ao Supremo]",        afirmou.
      Resposta da AGU
      Em resposta à declaração da Pacheco, o ministro da AGU, Jorge        Messias, emitiu nota oficial. Dizendo ter profundo respeito por        Pacheco e defendendo a permanência do diálogo institucional,        Messias ressaltou que o recurso do governo federal se baseia em        argumentos técnicos.
      "Do ponto de vista da atuação institucional da AGU, faz-se        necessário pontuar que apresentamos argumentos técnicos jurídicos        pela inconstitucionalidade da chamada legislação que prorrogou        e/ou criou desoneração para 17 setores e para os cerca de 5 mil        municípios", destacou o comunicado.
      "A atuação da AGU, portanto, em assistência ao Presidente da        República, sempre se pautará pelo mais elevado respeito        institucional aos Poderes da República e seguirá no bom rumo da        construção da harmonia entre os Poderes", acrescentou Messias no        texto.
    


