Especialista explica que a doença pode afetar as células sensoriais, e pacientes do tipo 2 são os mais propícios a perda
O dia 26 de junho é conhecido como o Dia Nacional do Diabetes, uma data que traz maior conscientização e educação sobre essa doença crônica que é caracterizada pela baixa produção ou absorção de insulina. Atualmente, a diabetes afeta cerca de 20 milhões de brasileiros segundo os últimos dados do Censo, e pode contribuir para a perda auditiva de quem possui.
Apesar de ser um assunto pouco discutido, a audiologista Ariane Gonçalves, da clínica AudioFisa Aparelhos Auditivos e autora do livro ‘Descomplicando a Perda Auditiva’ alerta os seus pacientes sobre problemas auditivos e até uma perda total da audição por causa do diabetes.
“Os níveis elevados de glicose no sangue podem levar a mudanças metabólicas que afetam a função das células sensoriais nos ouvidos internos”, destaca.
A especialista explica que a doença pode afetar os nervos periféricos, os nervos auditivos e os vasos sanguíneos que são cruciais para uma boa e efetiva audição. E se caso houver um estresse oxidativo ou uma inflamação, esses dois fatores podem contribuir para a degeneração das células auditivas.
Ariane Gonçalves indica que diabéticos do tipo 1 e tipo 2 são os mais propícios a terem uma perda auditiva, com uma prevalência maior para o grupo do tipo 2. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 90% dos pacientes diabéticos brasileiros possuem o tipo 2, relacionado diretamente a hipertensão, hábitos alimentares inadequados, triglicerídeos avançados, sedentarismo e sobrepeso.
“Os que possuem hipertensão e dislipidemia possuem uma predisposição maior a desenvolver perda auditiva. Mas aqueles que têm diabetes há mais tempo com controle glicêmico inadequado (altos níveis de HbA1c) estão em maior risco”, comenta.
A especialista sugere algumas dicas de prevenção e cuidado para reduzir o risco de perda auditiva e melhorar a qualidade de vida dos pacientes diabéticos, como:
• Manter os níveis de glicose no sangue dentro das metas recomendadas pelo médico, ajudando a prevenir danos aos vasos sanguíneos e nervos auditivos;
• Realizar exames auditivos periódicos para detectar e tratar precocemente;
• Adotar um estilo de vida mais saudável, com uma dieta balanceada, praticar atividade física regularmente, evitar fumar e consumir álcool com moderação;
• Controlar a pressão arterial e os níveis de colesterol, porque pode ajudar a reduzir o risco de complicações vasculares que afetam a audição;
• Evitar exposição a ruídos altos e prolongados;
• Seguir as recomendações médicas para o uso de medicamentos e considerar o uso de suplementos antioxidantes, conforme orientação do profissional de saúde.