Com o objetivo
de construir empreendimentos que ofereçam qualidade de vida, antes e depois das
obras, incorporadoras adotam ações que contribuem de forma efetiva na
comunidade
As práticas
voltadas à sustentabilidade na construção civil vêm sendo cada vez mais
valorizadas. O que no passado podia ser considerado um diferencial competitivo,
hoje tornou-se um requisito quase obrigatório, em alinhamento com os princípios
ESG (Ambiental, Social e de Governança, em inglês, Environmental, Social and
Governance). Segundo levantamento do Conselho Brasileiro de Construção
Sustentável (CBCS), o setor consome 20% da água das cidades, 75% dos recursos
naturais e gera 80 milhões de toneladas de resíduos por ano. Também é
impactante o dado da Agência Internacional de Energia (IEA), segundo a qual, a
construção civil é responsável pela liberação de 39% dos gases de efeito estufa
na atmosfera globalmente.
Responsabilidade
social
Em alusão ao Dia Mundial de Conservação da Natureza, comemorado em
28 de julho e cientes da responsabilidade que as empresas carregam enquanto
construção de uma sociedade sustentável, incorporadoras goianas explicam quais
práticas são adotadas no setor para minimizar os impactos ambientais, tanto nos
canteiros de obras quanto em suas sedes administrativas. É o caso da Consciente
Construtora e Incorporadora. A estratégia de responsabilidade
socioambiental da empresa prioriza o desenvolvimento socioeconômico e, dentre
as metas, estão o uso consciente da água, correta gestão dos resíduos e o menor
uso de matéria-prima, para incentivar a preservação da natureza em novos
empreendimentos. Também valorizam o uso responsável da energia elétrica. A incorporadora
conta com o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), que possui indicadores,
métricas e parâmetros para a avaliação do impacto ambiental.
“Entendemos
que o futuro do setor imobiliário está intrinsecamente ligado à adoção de
práticas ambientais responsáveis. Desde o planejamento até a
execução, buscamos incorporar tecnologias e métodos que minimizem o impacto
ambiental, promovendo eficiência energética, gestão adequada de resíduos e a
utilização consciente dos recursos naturais. Estamos empenhados em não apenas
cumprir as normas regulatórias, mas também em ir além, adotando padrões que nos
permitam contribuir positivamente para o meio ambiente e para as comunidades
onde atuamos”, destaca a diretora de empreendimentos da Consciente, Camila Inácio.
Preocupação socioambiental entre
os principais pilares
As
práticas adotadas pela CMO Construtora para reduzir os impactos no meio
ambiente se dividem em alguns quesitos, além das campanhas internas de
conscientização. Foi adotado um compromisso ESG, no qual se dedica a práticas
ambientais, sociais e de governança. O diretor comercial da CMO, Marcelo
Moreira, afirma que a preocupação socioambiental é um dos principais pilares da
empresa. “É uma forma de nos posicionar frente ao tema para tornar a sociedade
mais justa e saudável para as futuras gerações. Em eficiência energética, 100%
da energia consumida são de fontes renováveis. No quesito conservação de água,
a empresa investe em reutilização de água de lavagens de aparelhos, usa
sistemas de irrigação nos empreendimentos e monitora o consumo. A CMO também
separa e destina os resíduos gerados nos canteiros para empresas de reciclagem,
temos preferência por conteúdos reciclados e doamos materiais de demolição.
Para controlar a poluição, há o incentivo a materiais e fornecedores locais,
reduzindo o deslocamento e as emissões relacionadas ao transporte, por
exemplo”, comenta.
Arborização
urbana
A EBM Desenvolvimento Imobiliário, através da sua
plataforma ESG, realiza ações de sustentabilidade em diversas frentes, com a
otimização e reaproveitamento de energia, preservação de recursos hídricos e
ambientais e gestão de resíduos. Atua ainda na parte de práticas éticas, com
ações que envolvem gestão de materiais e de resíduos. A incorporadora também se
destaca pela quantidade de árvores que já plantou em Goiânia. Em um de seus
últimos lançamentos, a empresa anunciou que 800 mudas seriam plantadas. “Já
foram doadas mais de 5.600 mudas de árvores para Goiânia, e agora, a cada nova
venda – de qualquer unidade de nossas linhas de produtos – vamos plantar uma
árvore”, conta a gerente de Comunicação da EBM e membro do comitê ESG da
empresa, Lohanne Assis.
Investimento em campanhas e ações de conscientização
Com mais de 26 anos de mercado, a Sousa Andrade é a
primeira na área da construção civil em Goiânia a ser certificada pelo Sistema
B, certificação internacional para empresas que se comprometem com altos
padrões de desempenho social e ambiental, transparência e responsabilidade. A
construtora promove iniciativas de sustentabilidade ambiental e social, como
investimento em campanhas e ações de conscientização dos trabalhadores nas
obras e escritórios, além de realizar a reciclagem e reaproveitamento de
resíduos; implementação de horta comunitária; tratamento de efluentes;
reaproveitamento de estrutura de materiais para execução de canteiros;
monitoramento de fumaça das máquinas e ruídos. O superintendente comercial e
marketing da Sousa Andrade, Guilherme Bellini, afirma que a questão de
sustentabilidade precisa fazer parte da cultura da empresa, e que isso fez toda
a diferença para o progresso. “Agora, nos tornamos parte de um sistema que
redefine o significado de sucesso, assumindo um compromisso cada vez maior com
o desenvolvimento consciente”, destaca.
Conscientização de clientes e colaboradores
Pioneira na gestão de resíduos dentro dos canteiros de obras,
ainda na década de 90 a Dinâmica Engenharia criou o Projeto Entulho
Zero, na busca de reduzir a presença de resíduos que agridem o meio ambiente
com o descarte de material das obras, alcançando uma construção cada vez mais
sustentável. Ainda dissemina boas práticas socioambientais, mostrando para
colaboradores e futuros moradores como é simples e saudável plantar e colher,
com o projeto Horta na Obra. “Ao realizar os testes de impermeabilização,
pensamos: por que não aproveitar as floreiras para criar algo maior para nossos
clientes e colaboradores? E foi assim que surgiram as hortas nas obras. Como
resultado, promovemos a conscientização de clientes e colaboradores de bons
hábitos e ainda trabalhamos a prevenção de assistência pós-obra”, explica a
diretora de incorporação da Dinâmica, Patrícia Garrote.
Energia limpa
A Terral Incorporadora é outro importante exemplo de
implementação ESG na construção civil e promove ações sustentáveis tanto em
seus canteiros de obras, quanto nos empreendimentos. Marcelo Borges, diretor da
incorporadora, comenta que essa é uma preocupação da Terral há alguns anos e
que o objetivo é utilizar energia 100% limpa até 2030. “Com a Terral Energia,
outra empresa do Grupo Terral, trabalhamos no desenvolvimento das nossas usinas
hidráulicas desde 2008 e acabamos de entregar a décima em funcionamento. E,
claro, voltamos as nossas atenções também para a energia solar e eólica,
levando uma energia limpa para os nossos empreendimentos.”
Educação e engajamento comunitário
A Brasal Incorporações mantém ações como a da compostagem e
coleta seletiva dos resíduos gerados e um ecoponto, com um programa de
logística reversa, para que os moradores do entorno possam descartar os
resíduos eletrônicos, plásticos e óleos. Nos empreendimentos da empresa, mais
de 70% dos resíduos são desviados do aterro, e a cada obra a empresa se
compromete a aumentar a taxa de reaproveitamento e reciclagem. Todas as obras
da Brasal na capital possuem o grau mais alto dentre as quatro categorias da
certificação entregue pela Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), o Selo
Ouro. Tudo isso mantendo um Sistema de Gestão certificado conforme a Norma
PBQP-H SIAC Nível A e ISO 9001, com auditorias anuais de conformidade.
“Implementamos a coleta seletiva com a separação dos resíduos na
origem e priorizamos o reaproveitamento, como a madeira, que são utilizadas na
fabricação de proteções coletivas, lixeiras, suporte de bigbag e no próprio
processo construtivo nas formas de lajes ou vigas. Parte dos resíduos são
doados para os Agentes Ambientais que possuem interesse devido a boa qualidade
de separação. Esses parceiros destinam para indústria de reciclagem, gerando
emprego, dignidade e reduzindo a extração de recursos naturais.”, explica
Raphael Chaul, que é engenheiro de segurança na Brasal Incorporações.