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| © Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil | 
Texto pactuado em acordo deve ser pautado semana que vem
Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília
      O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou          nesta quarta-feira (10) que a votação da proposta para retomar a          reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da          economia deve ficar para a semana que vem. O acordo fechado          entre Congresso Nacional, governo e representantes empresariais,          tinha previsão de ser votado ainda nesta quarta, mas, segundo          Pacheco, o relatório foi apresentado sem tempo para análise dos          senadores.
        "Agora muito em cima da hora sem conhecer o parecer, acho que          não vai ser muito bem-recebido", afirmou a jornalistas.
        Mais cedo, Pacheco se reuniu com o presidente Luiz Inácio          Lula da Silva (PT), o líder do governo no Senado, Jaques Wagner          (PT-BA) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), no          Palácio do Planalto.
        "Acho que pode ser um acordo possível [votar na quinta], mas          vamos ter semana que vem", observou Pacheco. O conteúdo do          acordo tramita na forma do projeto de lei (PL) 1.847/2024, do          senador licenciado Efraim Filho (União-PB), e é relatado pelo          senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado. O          acordo prevê a volta gradual da tributação sobre a folha de          pagamento de certos segmentos e de municípios até 2028.
        A reoneração começa no próximo ano, com a contribuição          patronal dos 17 setores à Previdência Social sendo feita da          seguinte forma:
        - 2024: desoneração total;
 - 2025: alíquota de 5% sobre a folha de pagamento;
 - 2026: alíquota de 10% sobre a folha de pagamento;
 - 2027: alíquota de 15% sobre a folha de pagamento;
 - 2028: alíquota de 20% sobre a folha de pagamento e fim da desoneração.
 
Já para este ano, o regime de transição prevê um acréscimo de          arrecadação do governo federal que não envolva aumento de          tributos, como forma de atender a compensação imposta pelo          ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin.
        Entenda
        Prorrogada até o fim de 2027, após a aprovação de um projeto          de lei que cinco ministros do Supremo consideraram          inconstitucional, a desoneração da folha de pagamento permite          que empresas de 17 setores substituam a contribuição          previdenciária, de 20% sobre a folha de pagamento dos          empregados, por uma alíquota de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.
        Em vigor desde 2012, a desoneração era uma política que, ao          beneficiar empresas de diferentes setores com redução de          tributos previdenciários, tinha o objetivo de fazê-las          contratarem mais trabalhadores.
        No fim do ano passado, o Congresso aprovou o projeto de lei          que também reduziu de 20% para 8% da folha a contribuição para a          Previdência Social de pequenos municípios. O presidente Lula          vetou o texto, mas o Congresso derrubou o veto no fim do ano          passado.
        Nos últimos dias de 2023, o governo editou uma medida          provisória revogando a lei aprovada. Por falta de acordo no          Congresso para aprovar o texto, o governo concordou em          transferir a reoneração para projetos de lei.
        No entanto, no fim de abril, a Advocacia-Geral da União          recorreu ao Supremo. O ministro Cristiano Zanin, do STF, acatou          o pedido de suspensão imediata da desoneração da folha e da          ajuda aos pequenos municípios, e a decisão foi seguida pela          maioria dos magistrados do tribunal. Desde então, o governo vem          tentando chegar a um acordo com os 17 setores da economia, que          deverá ser consolidado com a aprovação desse PL.
      


