![]()  |           
| Foto: Divulgação/Brasil Mineral | 
Objetivo é prover segurança pública para comunidades onde existam unidades produtoras de ouro e de pedras preciosas
Por Brasil 61
      O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP),        representado pelo ministro interino, o secretário-executivo        Ricardo Cappelli, e o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM),        através de seu vice-presidente Fernando Azevedo e Silva,        assinaram, nesta sexta-feira (dia 5 de janeiro), um acordo de        cooperação técnica para o desenvolvimento de ações de interesse        comum, visando a concepção das políticas de segurança pública para        comunidades onde existam unidades produtoras de ouro e de pedras        preciosas.
      Na ocasião, Romano Costa, Diretor de Operações Integradas e de        Inteligência da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública)        explicou que o acordo faz parte do Programa Nacional de        Enfrentamento às Organizações Criminosas, batizado de Enfoque, que        busca aproximar o poder público dos entes privados a fim de        compartilhar e integrar informações, que permitam planejar com        maior eficiência ações de segurança, especialmente em áreas com        grande concentração de minerais de alto valor. O objetivo é coibir        o ataque de organizações criminosas, conhecidas como o "novo        cangaço".
      O Acordo de Cooperação Técnica consiste na elaboração de        estudos e diagnósticos a fim de subsidiar a formulação de        estratégias de enfrentamento ao crime organizado e à criminalidade        violenta que impactam as operações de empresas mineradoras de ouro        e de pedras preciosas no país. Faz parte do documento o        desenvolvimento de um Plano de Trabalho pela Secretaria Nacional        de Segurança Pública (SENASP), junto às comunidades e autoridades        locais, para criar mecanismos de defesa contra os eventos        criminosos, incentivar o intercâmbio de informações entre as        mineradoras e as autoridades municipais, estaduais e federais,        além de promover treinamentos e simulados com as operações        planejadas nos municípios produtores.
      Mauro Henrique Moreira Souza, diretor-geral da Agência Nacional        de Mineração (ANM), disse não conhecer em profundidade os termos        do acordo de cooperação técnica, mas comemorou a iniciativa, "por        si só interessante para o setor", com a esperança de que também        haja um enfrentamento à atividade ilegal. Souza lamentou que a        atual estrutura orgânica da ANM não tenha condições de realizar        esses enfrentamentos – "não temos inteligência de mercado e sequer        uma área que cuide da parte socioambiental".
      Fernando Azevedo e Silva, vice-presidente do IBRAM, salientou        que "uma carga de minério, inclusive barras de ouro, resulta de um        extenso e complexo conjunto de operações, que tem origem na        centena ou milhares de tentativas de sondagens para se descobrir        jazidas no subsolo. É um investimento de grande volume e de alto        risco em todas as etapas, desde a pesquisa geológica até a lavra        do minério. São necessários muitos anos, até mesmo décadas, para        uma mina gerar lucratividade após cumprir demandas das        legislações, que inclui uma série de licenciamentos, pagamento de        impostos, emprego de profissionais altamente qualificados, entre        outras muitas ações. Em contrapartida a todo este tempo e        desembolso de investimentos cotados em milhares ou milhões de        dólares e que geram diversos benefícios ao país e aos brasileiros,        as atividades criminosas levam apenas alguns instantes para dar        fim ao resultado de tamanho, esforço e aporte de recursos        financeiros".
      Fernando prosseguiu explicando que o acordo de cooperação        técnica tem por objeto a elaboração de estudo e diagnósticos a fim        de subsidiar a formulação de estratégias de enfrentamento ao crime        organizado e a criminalidade violenta que vem impactando as        operações de empresas e mineradoras de ouro e pedras preciosas no        país – "a atratividade do ouro produzida em municípios do interior        com carência de recursos estatais para garantir a ordem pública        foi identificada como fator primordial de atos criminosos. Isso,        entre outros fatores, evidenciou a necessidade de uma ação        coordenada a nível federal para avançar na luta contra o crime        organizado".
      Numa pesquisa realizada pelo IBRAM junto às mineradoras de ouro        e pedras preciosas, é perceptível a preocupação dos gestores das        mineradoras sobre os problemas e desafios inerentes à temática. O        estudo também coletou dados sobre produção, geração de emprego,        impostos, localização das operações minerárias, órgãos públicos e        forças de segurança presentes nos municípios, assim como a        incidência da atuação de quadrilhas organizadas.
      José Luiz Ubaldino de Lima, diretor do Departamento de        Geologia, Transformação e Produção Mineral do Ministério de Minas        e Energia celebrou o acordo entre a iniciativa privada e o Governo        Federal como combate "a esse sério problema que vem se avolumando        nos últimos tempos".
      Encerrando a cerimônia de assinatura do acordo de cooperação        técnica, Ricardo Capelli, Ministro da Justiça e Segurança Pública        em exercício, reforçou a necessidade de integrar todas as        informações, sejam elas geradas por entes públicos ou privados,        "para ampliar a eficiência no que diz respeito à segurança pública        no Brasil. O setor de mineração representa boa parte da balança        comercial brasileira, tem importância estratégica para a economia        do país. Segurança é um dos vetores fundamentais que alavanca o        desenvolvimento do setor, garantindo um ambiente de negócios sadio        para que a economia possa se desenvolver". (Mara Fornari)
    



